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 A VIDA É SONHO

A VIDA É ILUSÃO
O sentido da vida

O tema do sonho e da ilusão presente nas nossas vidas é corrente no pensamento filosófico e literário. Na sua forma mais radical, esse pensamento proclama que o homem vive imerso em ilusões e sonhos.


Atenção! Os seres humanos vivem numa caverna. (…) Eles apenas vêem as suas sombras, ou as sombras dos outros, projectadas pelo fogo na parede oposta da caverna.
Platão, 428-347 a.C., filósofo grego, A República


Castelos no ar - eles dão tão facilmente abrigo. E são tão fáceis de construir.
Henrik Ibsen, 1826-1906, escritor norueguês, The Master Builder


Somos o material
De que os sonhos são feitos, e a nossa pequena vida
Está rodeada de sonho…
William Shakespeare, 1564-1616, poeta e dramaturgo inglês, A tempestade


O homem que nasce cai num sonho equivalente ao do homem que cai no mar.
Joseph Conrad, 1857-1924, escritor anglo-polaco, Lord Jim


O que é a vida? Uma ilusão, uma sombra, uma ficção. E o maior dos bens é de pouco valor, já que toda a vida é sonho, e os sonhos não passam de sonhos.
Caldéron de La Barca, 1600-1681, poeta e dramaturgo espanhol, A Vida é Sonho


Na noite que trás o sono, os sonhos riem-se de nós, errando diante dos nossos olhos.
Petrónio, século I d. C., escritor romano, Sataricon


Os sonhos são verdadeiros enquanto duram… E não vivemos nós em sonhos?
Alfred Lord Tennyson, 1802-1809, poeta inglês, The Higher Pantheism.


Aqueles que compararam as nossas vidas a um sonho, têm mais razão do que pensaram.
Montaigne, 1533-1592, escritor francês, Essais


Comentário
Ilusão e consciência




O HOMEM NÃO PODE PRESCINDIR DA ILUSÃO

Alguns pensadores, sobretudo modernos e contemporâneas defendem que o homem não pode prescindir da ilusão. Ela faz parte da natureza humana, e é uma forma de fugirmos à vida real, e ao sofrimento e falta de sentido presente no fundo da nossa existência. A vida passa pelo sonho. O homem não suporta viver constantemente a verdadeira realidade.


Estão acordados, mas dormem.
Heraclito, 540-480 a. C., filósofo grego, citado por E. Morin, Método V


Uma simples trivialidade consola-nos porque uma simples trivialidade distrai-nos.
B. Pascal, 1623-1662, filósofo, físico e matemático francês, Pensamentos


A espécie humana não suporta demasiada realidade.
T. S. Eliot, 1888-1965, escritor anglo-americano, citado por E. Morin, Método V


Os homens têm sempre lutado contra a realidade com todas as suas forças.
Jean Servier, escritor francês, citado por E. Morin, Método V


Tirar ao homem comum a vida de mentiras em que ele vive, é retirar-lhe a felicidade.
Henrik Ibsen, 1826-1906, escritor norueguês, The Wild Duck


Para o homem, tão importante quanto a técnica, é a criação de um universo imaginário e a proliferação fabulosa de mitos, crenças, religiões.
E. Morin, sociólogo e filósofo francês, Método V


Existe uma propensão universal para acreditar em fantasmas e espíritos, para acreditar em feitiços e, com mais frequência, na eficácia da magia e do sacrifício.
E. Morin, sociólogo e filósofo francês, Método V


A ilusão atravessa toda a história, todas as sociedades, todos os indivíduos, e os espíritos, mal saem de uma desilusão, estão prontos para cair noutra.
E. Morin, sociólogo e filósofo francês, Método V 


Os arcaicos viviam num universo povoado de espíritos, de seres sobrenaturais, de lendas fabulosas, de quimeras, de milagres. Os sonhos faziam parte da realidade.
E. Morin, sociólogo e filósofo francês, Método V  


O mito fortifica o homem, ocultando-lhe a incompreensibilidade do seu destino e preenchendo o nada da morte.
E. Morin, sociólogo e filósofo francês, Método V


Comentário
Ilusão e consciência


Ver também:
Seres Humanos e Condição Humana
Pensamento Existencial




OS SONHOS SÃO UMA PARTE DA NOSSA REALIDADE

Os sonhos e a nossa imaginação dão sentido à vida, ainda que por vezes os sonhos não sejam mais do que isso mesmo: apenas sonhos.


Abençoado seja o que inventou o sono, a manta que cobre todos os pensamentos humanos, o alimento que satisfaz a fome, a bebida que apazigua a sede, o fogo que aquece o frio, o frio que modera o calor, e, finalmente, a moeda corrente que compra todas as coisas, e a balança e os pesos que igualizam o pastor e o rei, o ignorante e o sábio.
M. Cervantes, 1547-1616, escritor espanhol, Dom Quixote


Apenas na imaginação do homem encontra toda a verdade, e a sua efectiva e indesmentível existência.
Joseph Conrad, 1857-1924, escritor anglo-polaco, Some reminiscences


Um homem é sempre um contador de histórias; vive rodeado pelas suas histórias e pelas histórias dos outros, e vê tudo o que lhe acontece através delas.
Jean Paul Sartre, 1905-1980, filósofo e escritor francês, A náusea


Tive um sonho, que não era de todo um sonho.
Lord Byron, 1788-1824, poeta inglês, Darkness


Quando brinco com a minha gata, quem sabe se ela não está a brincar mais comigo do que eu com ela…
Montaigne, 1533-1592, escritor francês, Essais


Faças o que fizeres, esta vida é ficção, e feita de contradição.
William Blake, 1757-1827, poeta inglês, Gnomic Verses


Uma vez, eu, Tchuang-Tseu, sonhei que era uma borboleta, e estava feliz como borboleta. Estava perfeitamente consciente de que estava satisfeito comigo mesmo, mas não sabia que era Tchuang. Não sei se era Tchuang a sonhar que era uma borboleta, ou se era uma borboleta a sonhar que era Tchuang.
Tchuang-Tseu, século III ou II a.C., filósofo taoista chinês, Book of Tchuang-Tseu


Comentário
Ilusão e consciência

Ver também:
A vida tem sentido?
Ciência e sentido?

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ILUSÃO E CONSCIÊNCIA



Acima:
Georges Berkeley (1685-1753)
Para Goerges Berkeley, mesmo o mundo material era uma ilusão. Ele não existia realmente.

Comentário
Ilusão e consciência

George Berkeley, no século XVIII, chegou a duvidar do mundo material. Melhor: para ele o mundo físico - montanhas, casas, pessoas - não existia… Eram ilusões, eram ideias. Para Berkeley só existiam ideias.

É uma concepção extrema e um tanto marginal, que contraria muitas evidências, e que na época suscitou reacções calorosas de repulsa. Conta-se que um famoso escritor da altura, chamado Samuel Johnson, reagiu às teses de Berkeley dizendo: «Eu refuto-o facilmente!» E deu um pontapé numa pedra, que o pôs a coxear.

Incomparavelmente mais consensual é a ideia de que somos propensos a viver na ilusão, na fantasia, no sonho, e de que isso é uma forma de fugir à realidade hostil, à crueldade da vida, da morte, do desinteressante.

A plena lucidez é muito intermitente, e só se verifica a espaços. A verdade do nosso conhecimento ou das nossas posições é muito limitada. É uma ideia muito antiga. Demóstenes, no século IV a. C., considerou que «Nada é mais fácil do que a auto-ilusão: todo o homem deseja que aquilo em que acredita seja verdade».

Mas há opiniões ainda mais radicais: «Os homens têm sempre lutado contra a realidade com todas as suas forças», considera Jean Servier. E Morin, na mesma linha: «A ilusão atravessa toda a história, todas as sociedades, todos os indivíduos, e os espíritos, mal saem de uma desilusão, estão prontos para cair noutra».

Ou seja: para estes autores, o homem tende a viver num mundo de mitos, de fantasias, distantes da realidade, o que é fonte de conforto existencial, e uma forma enviesada de dar sentido às suas vidas.

Por isso, e no dizer de Freud, devemos agradecer às ilusões. E aceitá-las sem queixumes, se porventura colidem com a realidade e se desfazem em pedaços. Elas são, afinal, uma forma de dar sentido à vida.

Seja como for, e por muito relevante que seja a ilusão e o sonho nas nossas vidas, a consciência não deixa de espreitar e de ter um lugar nas nossas existências.

Os nossos próprios pensamentos sobre a ilusão e os sonhos em que vivemos, são uma prova dessa «chamazinha bruxuleante», de que fala Edgar Morin.

Quando na Bíblia, no Eclesiastes, se afirma repetidamente que «tudo é ilusão e correr atrás do vento», por detrás dessa alusão a um certo tipo ilusão - a ilusão existencial, ligada à procura de prazer e de riqueza, que acaba por se esfumar e se reduzir a nada - está presente a nossa consciência de tal: a consciência da ilusão, e, portanto, a negação da ilusão.

 

 




 


 

 

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