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A
BREVIDADE DA VIDA |
A
BREVIDADE DAS
NOSSAS VIDAS
Sentido da
vida
A brevidade
das nossas vidas é um dos temas mais correntes do pensamento
existencial humano. Há autêntica poesia em muitas das antigas
reflexões sobre essa brevidade, e a inevitabilidade da morte e
do nada.
Tendo descortinado uma pequena parte da vida, os homens
erguem-se e desfazem-se como fumo, sabendo apenas o que cada um
conheceu.
Empédocles, 483-430,
filósofo grego, em Da natureza, de Sexto Empírico.
O tempo é de uma voragem tremenda; assim que uma coisa nos é
trazida à vista, logo é dela e varrida, e outra toma o seu
lugar, antes de também ela desaparecer.
Marco Aurélio, 121-180,
imperador e filósofo romano, Pensamentos
Todos os instantes de tempo são pontos perdidos na eternidade.
Tudo é insignificante, facilmente mutável, tudo se apaga.
Marco Aurélio, 121-180,
imperador e filósofo romano, Pensamentos
Como a erva do campo assim são os dias dos seres humanos; como a
flor do campo assim são; mal o vento sopra, logo deixam de
existir, e o seu lugar se esvai.
Bíblia, Salmos 103
Insignificantes mortais que como folhas desabrocham e se aquecem
de vida, e se alimentam do que a Terra lhes dá, para logo
murcharem e morrerem.
Homero, século IX a. C.,
poeta grego, Ilíada
A nossa existência é um curto-circuito de luz entre duas
eternidades de escuridão.
V. Nabokov, 1889-1977,
escritor de origem russa, Na outra margem da memória
A curta duração das nossas vidas proíbe grandes voos às nossas
esperanças.
Horácio, 65-8 d. C., poeta
romano, Odes
Comentário
- Brevidade da Vida
Ver também:
Pensamento Existencial
Os seres Humanos - Condição Humana
Felicidade
Filosofias de Vida
A vida é sofrimento
Morte
Ciência e Sentido da Vida
O Homem e o Universo
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A
brevidade da vida
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A CURTA DURAÇÃO DA
VIDA |
Acima:
Marco Aurélio, imperador romano e filósofo. Marco Aurélio
produziu algumas das mais belas reflexões sobre a brevidade da
vida humana.
Comentário
A brevidade da vida
Não podemos deixar de pensar na nossa condição existencial, na
brevidade das nossas vidas, na transitoriedade de tudo.
Fazemo-lo desde sempre, em todas as sociedades. A brevidade da
vida aflige o espírito humano. A proximidade da morte «é fonte
de angústia durante toda a vida.» (Edgar Morin).
Meditemos na forma superior como
Homero exprimiu a nossa condição de seres mortais:
«Insignificantes mortais que como folhas desabrocham e se
aquecem de vida, e se alimentam do que a Terra lhes dá, para
logo murcharem e morrerem».
Oiçamos a música triste que brota
por detrás das palavras de Marco Aurélio, o imperador romano,
que também foi filósofo, ao reflectir sobre a brevidade das
nossas vidas: «Tudo o que é corpo passa com um curso de água,
tudo o que é alma dissolve-se em sonhos e ilusões; a vida é uma
campanha, uma breve estada, numa região estranha».
Ou a música dos versos do salmo
103, da Bíblia: «Os dias dos seres humanos são como a erva: como
as flores do campo assim florescem, mas mal o vento sopra logo
deixam de existir, e o seu lugar não mais conhecem».
São pensamentos que ultrapassam
épocas e fronteiras, que mergulham na nossa alma profunda –
pensamentos imbuídos de uma tristeza serena, controlada,
associada à consciência de quem não pode ultrapassar a força
bruta de uma realidade injusta e que esmaga.
Neles vive a dignidade da nossa
consciência, a nossa capacidade de vermos para além do presente,
de ultrapassarmos as nossas origens humildes, de nos assumirmos
como consciência do universo vivo.
Neles está também consubstanciada
a força da arte, da poesia, da beleza. Eles são uma forma de
negarmos a nossa pequenez e insignificância de seres mortais.
Eles situam-nos acima do mundo que nos condena ao nada. Neles
clamamos contra a injustiça presente no coração da vida… A seu
modo, eles imortalizam-nos.
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