A
MORTE E
O MEDO DA MORTE
O sentido da vida
A consciência da morte radica-se na nossa inteligência; é um mal
humano, que não suscita angústias ou é ignorado por outras
espécies animais
A consciência da morte acompanha-nos desde a infância, como
consciência da destruição absoluta do nosso único e precioso
tesouro, o nosso eu.
E. Morin, sociólogo e
filósofo francês, Método V
Ao nos dar a memória, a natureza revelou-nos uma verdade amarga
e de outro modo inimaginável: a verdade sobre a imortalidade e a
morte.
George
Santayana, 1863-1952, filósofo americano, Reason in Religion
Ao contrário do homem, o animal, a bem dizer, vive sem conhecer
a morte; o indivíduo do género animal goza plenamente toda a
imutabilidade da sua espécie, ao não ter consciência de si senão
como ser imortal.
Arthur
Schopenhauer, 1788-1860, filósofo alemão, Le monde comme volonté
et comme représentation
A MORTE
AFLIGE O HOMEM
A morte é
fonte de dramas, interrogações, medo, angústia, revolta.
A angústia da morte sobre o espírito humano leva-o a interrogar-se
sobre os mistérios da existência, o seu destino, a vida, o mundo.
E. Morin, sociólogo e filósofo francês, Método V
O curso irresistível e incessante do tempo arrasta na sua onda
todas as coisas criadas e lança-as nas profundezas da
obscuridade, indiferente a que elas sejam dignas de menção ou,
pelo contrário, sejam notáveis e importantes.
Ana Comnena, 1083-1150, princesa bizantina e historiadora, The
Alexiad of the princess Ann Comnena
A morte não é, de modo nenhum, uma brincadeira; a natureza não
desempenha uma comédia; é, sim, um drama trágico, colossal, e
sem intervalos.
L. Fuerbach, 1804-1872, filósofo alemão, citado em O homem e a
morte, de Edgar Morin
A morte aflige o espírito humano. A certeza da morte, ligada à
incerteza da sua hora é fonte de angústia durante toda a vida.
E. Morin, sociólogo e filósofo francês, Método V
Morrer é que me assusta.
Montaigne, 1533-1592, escritor francês, Essais
A angústia da morte sobre o espírito humano leva-o a interrogar-se
sobre os mistérios da existência, o seu destino, a vida, o mundo.
E. Morin, sociólogo e filósofo francês, Método V
Os homens vão
e vêm, correm e dançam, e nem uma palavra sobre a morte. Tudo
bem: e no entanto, quando ela os toca, ou às suas mulheres, ou
filhos, ou amigos, surpreendendo-os desprevenidos e impreparados,
que tormento, que gritaria, que loucura, que desespero.
Montaigne, 1533-1592, escritor francês,
Essais
A morte assusta-nos, é um tormento perpétuo, para o qual não há
qualquer tipo de consolação, podemos continuamente desviar as
nossas cabeças, como num campo suspeito, mas não a podemos
esquecer.
Montaigne, 1533-1592, escritor francês, Essais
Morreu ou desapareceu algures, esquecida como um número sem nome
numa lista logo extraviada.
Boris Pasternak, 1890-1960, escritor russo, Doutor Jivago
A Terra, que é a mãe das criaturas, é também o seu túmulo.
William Shakespeare, 1564-1616, poeta e dramaturgo inglês, Romeu
e Julieta
Comentário
ARGUMENTOS DE DESVALORIZAÇÃO DA MORTE
Contra o
medo da morte, o homem produziu imensos argumentos de natureza
lógica, desvalorizando o medo e a morte.
Não nos
preocupemos com a morte. Enquanto estivermos vivos, ela é-nos
alheia; e quando estivermos mortos, ela alheia nos é, porque não
existiremos mais.
Epicuro, 341-270 a.C.,
filósofo grego, Letter to
Menoeceus
Aquele
que se atormenta com a perspectiva da morte futura - e não
porque ela o esteja a agarrar e a causar dor -, é um tolo.
Epicuro, 341-270 a.C.,
filósofo grego,
Letter to
Menoeceus
Não temamos os deuses, nem nos preocupemos com a morte. O que é
bom é fácil de obter, e o que é terrível é fácil de suportar.
Epicuro, 341-270 a.C.,
filósofo grego,
em
Philodemus of Gadara Works
A morte, para nós, é um nada; porque
quando o corpo se dissolver nos seus elementos, não haverá mais
sensações, e o que é destituído de sensações nada é, para os
seres humanos.
Epicuro, 341-270 a.C.,
filósofo grego,
Principal
Doctrines
Não há nada a temer na morte. De nada vale que se tenha alguma
vez existido, quando a morte que é imortal tomar conta da nossa
vida mortal. Aquele que morre não pode sofrer.
Lucrécio,
98-55 a.C, poeta e filósofo romano, De rerum natura
Tudo o que as fábulas contam sobre a vida pós morte está aqui,
nas nossas vidas na Terra. Não há nenhum Tântalo desgraçado,
tolhido pelo terror, temendo a queda de uma grande pedra que
paira sobre ele no ar, como a lenda conta. É aqui nas nossas
vidas que o medo irracional aos deuses ameaça os mortais.
Lucrécio, 98-55 a.C, poeta e filósofo romano, De rerum natura
O homem é um
ser que conhece a morte mas que não pode acreditar nela.
E. Morin, sociólogo e filósofo francês, Método V
Insistimos sistematicamente no carácter ocasional da morte - acidentes, doenças, infecções, velhice adiantada -, revelando,
por essa via, a nossa clara tendência para despojar a morte de
todo o seu elemento necessário, tornando-a um acontecimento
acidental.
Sigmund Freud, 1856-1939, psicanalista austríaco, Essais de
Psychanalyse.
Comentário
HUMOR SOBRE A MORTE
Todas as tragédias acabam com a morte, todas as comédias acabam
com o casamento, e só a fé sustenta um futuro diferente.
Lord Byron, 1788-1824, poeta inglês, Don Juan
Quando a morte se perspectiva, ninguém a deseja e a idade não é
mais um fardo.
Eurípedes, 480-406, poeta grego, Alcestis
Maldizemos a vida, mas tememos a morte.
C. Churchill, poeta inglês, 1731-1764, Gotham
A vida é uma
grande surpresa. Não vejo, por isso, razão para que a morte não
seja uma surpresa ainda maior.
V. Nabokov, 1889-1977, escritor de origem russa, Pale Fire
Comentário
Ver também:
Vida Pós Morte
Os seres Humanos - Condição Humana
Pensamento Existencial
Brevidade da Vida
A vida é sofrimento
Ciência e Sentido da Vida
O Homem e o Universo
Humor sobre a Vida
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O medo
da morte
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