IDADE: NOVOS E
VELHOS
CADA IDADE TEM A SUA PERSPECTIVA DE VIDA
Sentido da vida
A idade altera a
forma como se sente a vida. A juventude envolve sonhos e
ilusões, optimismos e uma intensidade de sentimentos que os mais
velhos não têm…
A passagem da juventude, à maturidade e à velhice, envolve
experiências, verdades, reflexões novas, que alteram os nossos
valores e a forma como vemos e sentimos a vida.
Nenhum jovem acredita realmente que alguma vez venha a morrer.
William Hazlitt, 1778-1830,
ensaísta britânico, The Feeling of Immortality in Youth
Recordo-me da minha juventude e do sentimento que nunca me
abandonará - o sentimento de que eu podia durar para sempre, e
ultrapassar todos os mares, e toda a Terra, e todos os homens; o
enganador sentimento que nos chama às alegrias, aos perigos, ao
amor, ao esforço vão - a morte; a triunfante convicção de força,
o calor da vida na mão cheia de pó, a chama do coração que
depois se esbate a cada ano, tornando-se fria, diminuindo para
finalmente expirar - expirar demasiado depressa, demasiado
depressa - antes da própria vida.
Joseph Conrad, 1857-1924,
escritor anglo-polaco, Youth
Há sempre um momento da juventude em que a porta se abre e o
futuro irrompe.
Graham Green, 1904-1991,
escritor inglês, The Power and the Glory
A vida já está a meio quando começamos a perceber o que ela é.
George Herbert, 1593-1633,
poeta escocês, Jacula Prudentum
Cada idade possui as suas verdades, as suas experiências, os
seus segredos.
E. Morin, sociólogo e
filósofo francês, Método V
Comentário
Idade e sentido da vida
A VELHICE COMO PURGATÓRIO
Na antiga tradição grega e romana, a velhice surge como um
purgatório, em que a debilidade, o fim dos grandes sonhos, e a
proximidade da morte e da dor geram falta de sentido para vida.
Em breve a difícil velhice te
abraçará; ninguém se livra de a ter um dia colada a si, mortal,
desgastante, temida até pelos deuses.
Homero, século IX a. C.,
poeta grego, Hino a Afrodite
Para nós, pobres seres humanos, os dias mais felizes voam
primeiro.
Virgílio, 70-19 a. C.,
poeta romano,Geórgicas
Aos dezoito anos as nossas vidas são montanhas das quais
olhamos; aos quarenta e cinco são cavernas em que nos
escondemos.
F. Scott Fitzgerald,
1896-1940, escritor americano, Contos, Bernice Bobs her Hair
A velhice é uma doença incurável.
Séneca, 4 a.C.-65 d. C.,
filósofo romano, Epístolas a Lucílio
Nada é mais desonroso do que um homem velho, vergado pelos anos,
sem outra prova de que viveu a não ser a da sua idade.
Séneca, 4 a.C.-65 d. C.,
filósofo romano, De Tranquillitate Animi
Um homem velho, na sua essência, é um objecto sem graça.
Séneca, 4 a.C.-65 d. C.,
filósofo romano, Epístolas a Lucílio
Velhice, segunda infância, pela natureza amaldiçoada.
C. Churchill, 1731-1764,
poeta inglês, Gotham
Os homens de idade objectam demasiado, fazem muitas consultas,
aventuram-se pouco, arrependem-se demasiado depressa, e
raramente se empenham a fundo nos seus afazeres, contentando-se
com a mediocridade do seu sucesso.
Francis Bacon, 1561-1626,
filósofo e político inglês, Essays
Os dias dos mais velhos são marcados pela relativa apatia e pela
indolência, à medida que se aproximam do fim.
Séneca, 4 a.C.-65 d. C.,
filósofo romano, Epístolas a Lucílio
Lembra-te que a velhice nunca
demora, e que por isso deves aproveitar todos os momentos da
juventude. Diverte-te enquanto puderes e estiveres na Primavera
da vida.
Ovídio, 43-17 d. C,
escritor romano, A Arte de Amar
Os anos correm e passam como a água; a onda que passou ante os
nossos olhos, como a hora que passa, jamais voltará. Por isso, é
preciso retirar proveito da idade; por muito felizes que
sejamos, a idade escapa-se-nos rapidamente, e nada é como
dantes.
Ovídio, 43-17 d. C,
escritor romano, A Arte de Amar
Comentário
Idade e sentido da vida
Ver também:
Brevidade da Vida
A vida é sofrimento
Morte
Humor sobre a Vida
Felicidade
Filosofias de Vida
Shakespeare: as idades do homem
Sátira burlesca aos papéis e atitudes do homem, nas diferentes
fases da sua vida
O mundo inteiro é um palco, e
todos os homens simples actores, com as suas saídas e entradas,
com múltiplos papéis em actos que abrangem sete idades.
Primeiro, temos a criancinha, choramingando e vomitando nos
braços da ama. Segue-se o estudante resmungão, com a sua
mochila, o brilhante rosto matinal, arrastando-se como um
caracol para a detestada escola.
A terceira idade é a do amante, suspirando como uma fornalha,
com uma horrível balada em honra da sobrancelha da amada. Depois
vem o soldado, cheio de estranhos juramentos, barbudo como um
leopardo, zeloso da honra, brusco e ágil na luta, atrás da
ilusória reputação, mesmo na boca do canhão.
A quinta idade é a do magistrado, com o seu belo ventre redondo,
usando gorro próprio, olhar severo e barba de corte formal,
cheio de sábios provérbios e modernos julgamentos, desempenhando
o seu papel.
A sexta idade faz o homem vestir-se como um arlequim, de calças
justas, óculos no nariz e algibeira ao lado; meias joviais, bem
conservadas, um mundo amplo demais para as suas enfraquecidas
pernas, e um vozeirão másculo a tornar-se num infantil soprano,
cheio de silvos e sibilos.
A derradeira cena, término da memorável história da vida, é a
segunda infância, a do puro esquecimento, a da falta de dentes,
de visão, de paladar, rumo ao nada.
William Shakespeare, 1564-1616, poeta e dramaturgo inglês, Como
Quiserem
Comentário
Idade e sentido da vida
Ver também:
Felicidade
Filosofias de Vida
Os seres Humanos - Condição Humana
Brevidade da Vida
A vida é sofrimento
Morte
Vida Pós Morte
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